sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O Noroeste da Argentina é formado pelas províncias de Jujuy, La Rioja, Salta, Catamarca, Santiago del Estero e Tucumán. Região de muitos contrastes, indo desde o Puna, passando pelas montanhas sub andinas até maravilhosos vales com suas plantações de oliveiras e cana de açúcar onde se desenvolveram importantes centros urbanos como San Salvador de Jujuy e Salta. Terra de muitas riquezas como gás, petróleo, minas e salinas. Não poderíamos deixar de mencionar as vinícolas nos arredores de Cafayate.
Nossa aventura aconteceu em março de 2009 com a participação de tres casais. O Mario/Silvana de Porto Alegre-RS, Osvaldo/Shizue de Lins-SP e Helio/Niceia de Niterói-RJ. As viaturas eram duas Trackers e uma Toyota.

06/3 - Niterói - S.J. dos Pinhais

Início da viagem. Saímos cedo e partimos para São José dos Pinhais. Chegamos no final da tarde e nos hospedamos no Ibis aeroporto que é uma boa opção de parada. Esse hotel é o que sempre usamos para nossas viagens ao sul. A estrada até lá está em ótimas condições.

07/3 - S.J. dos Pinhais - Porto Alegre

Partimos em direção a Porto Alegre aonde iríamos nos encontrar com o Mario. Chegamos ao entardecer e nos hospedamos em um hotel que ficava perto de sua casa. A noite, após nos encontrarmos no hotel, saímos para dar uma relaxada e tomarmos algumas. A estrada também em boas condições mas, não no mesmo padrão das que passamos até S.J. Pinhais. Além disso o número de pedágios é absurdo. Me parece que todo município cobra o seu pedágio, de entrada e de saída, inacreditável.

08/3 - Porto Alegre - Porto Mauá - Posadas

Logo cedo, passamos as minhas bombonas de combustível que estavam com o Mario para o meu carro e partimos para Porto Mauá. Chegamos cedo e fomos fazer algum câmbio e os trâmites de saída. Aguardamos um pouco na fila da balsa e fizemos a travessia, que é rápida.
Agora já em solo argentino fomos providenciar a papelada de entrada. Tudo resolvido, partimos em direção a Posadas. Chegamos  no final da tarde e nos hospedamos no Hotel Posadas.
Aí encontramos o Osvaldo e a Shi que se juntaram ao grupo. Saímos para uma volta pela cidade e também para jantar.

09/3 - Posadas - Presidencia Roque Saéns Peña

Após o café, ainda fiz algum câmbio, em frente ao hotel tem casa de câmbio, e partimos para Saéns Peña.
Logo depois da saída de Posadas fomos parados pela gendarmeria. Buscavam de tudo para ver se tinha algo errado. Me pediram todos os documentos e equipamentos possíveis e eu os tinha. Finalmente encrencaram com meu quebra mato e fui multado. O mais engraçado que durante esse "arrocho" passaram vários carros argentinos com o mesmo quebra mato e eles não fizeram nada. Fazer o que, bola pra frente. Almoçamos em Corrientes e no fim da tarde chegamos ao destino. Providenciamos hotel, tomamos umas geladas, retirei, com ajuda do Mario, o quebra mato e saímos para uma volta pela cidade.

10/3 - Presidencia Roque Saéns Peña - Jujuy - Purmamarca

Saímos cedo e partimos para Jujuy. Lá o Mario foi fazer a troca de óleo de sua viatura enquanto eu e Osvaldo ficamos aguardando. Troca feita, de volta a estrada. Ainda era claro quando chegamos a Purmamarca. Lugar muito legal. Achamos uma boa pousada por um preço razoável. Algumas fotos do pessoal já na Pousada. A noite saímos para jantar e achamos um restaurante muito bom na praça.
























11/3 - Purmamarca - Tilcara - Humahuaca - Iruya


A partir de agora iríamos começar a subir mais forte. Iniciamos a subida da Cuesta del Lipán. Partimos de algo em torno de 2.000 msnm  para 4.200 msnm. Aclive bem acentuado com curvas muito fortes. Aqui tem de ter muito cuidado com os caminhões, principalmente as cegonheiras.















Continuamos para Tilcara aonde paramos para conhecer e almoçar. Abaixo algumas fotos do caminho.









Em seguida rumamos para Humahuaca. Na entrada da cidade existem guias que te levam para conhecer as atrações e contam muitas estórias.









Finalmente pegamos o caminho para Iruya. Aqui saímos do conforto do asfalto e começamos o off road.
Para fazer esse trajeto é importante que antes consigam informações sobre o tempo, principalmente sobre chuvas. No caso de muita chuva os rios ficam intransponíveis. Abaixo um vídeo com um rio bem vazio.






Algumas imagens de Iruya














12/3 - Iruya - Salinas Grandes - Susques


Depois de uma noite bem dormida em Iruya, partimos para Salinas Grandes














E finalizamos o dia em Susques aonde encontramos com um grupo de motociclistas do Brasil, sendo que dois deles eram moradores de Niterói.






13/3 - Susques - San Antonio de los Cobres - Tolar Grande


Dormimos em Pastos Chicos e partimos para San Antonio aonde almoçamos, reabastecemos e seguimos viagem até Tolar Grande. Pouco antes de Tolar Grande atravessamos o Salar del Diablo.

















Em Tolar Grande pernoitamos em uma Hosteria Municipal, única acomodação no local, sendo que a reserva deve ser feita com antecedência. Essa parte o Mario providenciou e pediu para um amigo, o Tano Baldi, que iria passar por lá antes, para reservar.



14/3 - Tolar Grande - Estacion Caipe - Mina Julia - Mina La Casualidad - Cono de Arita - Antofalla


Partimos cedo, e a responsável pela Hosteria iria avisar pelo rádio da nossa partida, nosso rumo e destino final. Tal procedimento é adotado por motivo de segurança. Nos lugares que iríamos atravessar não existe uma alma viva sequer. Devidamente abastecidos de combustível extra, pois teríamos de reabastecer no meio do caminho, lá fomos nós. Segundo o livro de registro, até a data que partimos, menos de 900 pessoas haviam feito essa travessia.
Primeira parada, Estacion Caipe















Segunda parada, Mina La Casualidad









Terceira parada, Mina Julia.
Aqui alcançamos o ponto mais alto de toda a viagem. 5.226 msnm



























Quarta parada, Cono de Arita















E aí pegamos o caminho para Antofalla.





















Em um determinado ponto do desfiladeiro abaixo o pneu do Osvaldo furou. Não queiram saber o que é trocar um pneu a 4.000 msnm. Falta o ar, um verdadeiro sofrimento. Depois de trocado seguimos o caminho para Antofalla.












15/3 - Antofalla - Antofagasta de la Sierra - El Peñon


Continuamos andando no rípio e apreciando as belas paisagens até chegarmos em Antofagasta de la Sierra.
As lhamas são muito dóceis chegando às vezes até a janela do carro.





















E em seguida para El Peñon
Aqui aconteceu o que ninguém acredita, o pneu do Osvaldo furou mais uma vez. Acontece que ele não tinha dois estepes e aí enquanto eu esperava com ele no acostamento da estrada o Mario voltou para Antofagasta para tentar consertar o pneu. Aqueles que não acreditam na necessidade do segundo estepe, deveriam rever seus conceitos.
A partir daqui, retornamos ao asfalto.
























16/3 - El Peñon - Cafayate

Em El Peñon ficamos também em uma Hosteria Municipal, muito boa.
De lá partimos para Cafayate. Estava começando um outro trecho bem legal da viagem.
É uma cidade bem aconchegante. Nos hospedamos, comemos e bebemos muito bem.
A visitação às vinícolas é obrigatória mas, fiquem atentos, os melhores vinhos  não são servidos na degustação. Algumas vendem os vinhos da "diretoria" que podem ser consumidos lá mesmo. Várias lojas com artesanato, dos mais rústicos aos mais finos. Aqui demos uma boa descansada, depois da pauleira toda pela qual passamos.









































19/3 - Cafayate - Salta

Salta já é uma cidade bem maior, não tem o charme de Cafayate mas, tem bons restaurantes e boas lojas para compras. Aqui o couro, bolsas, casacos etc. tem um preço bem atraente. Existe um "atacadão" de vinhos que é muito grande, no tamanho e na variedade. Encontra-se vinho para todos os bolsos, e os preços são excelentes. Vale muito a pena uma visita ao Mercado Artesanal aonde existe uma grande variedade de produtos.








21/3 - Salta - Posadas

Essa foi uma perna de 1.200km que não estava no roteiro. Inicialmente iríamos parar em Saéns Peña e no dia seguinte tocaríamos para Posadas. Acontece que durante esse trajeto fomos surpreendidos por uma greve de motoristas de caminhão que estavam fazendo bloqueios em todas as estradas. Algum tipo de protesto contra o governo. Receosos de ficarmos retidos, resolvemos seguir direto em frente. Em uma das barreiras tivemos que fazer um caminho por estrada secundária, para fugir da mesma. Chegamos em Posadas já anoitecendo.

22/3 - Posadas - Alba Posse/Porto Mauá

Última etapa da viagem em solo argentino. Aqui, mais uma vez, a gendarmeria nos pegou, com  alegações  infundadas, criaram o maior caso. Depois de muita conversa, conseguimos resolver e tocamos em frente.
A aduana argentina foi feita sem nenhum problema, tomamos a balsa e fizemos a travessia. Já em solo brasileiro, passamos pela aduana e cada um tomou seu rumo. O Mario seguiu para Porto Alegre e nós para o Rio. O Osvaldo já havia nos deixado logo depois de El Peñon, seguindo para Belén aonde iria procurar pneu para substituir um dos seus, que havia rasgado.
Aqui damos por encerrada a nossa aventura. Até a próxima !